Texto Andressa Pomagerski*

 

A experiência de dirigir um carro de Fórmula 1 está um pouco além da realidade da maioria da população. Mas os estudantes dos cursos de Engenharia Elétrica e Engenharia Mecânica da Unochapecó não só têm a chance de dirigir um carro semelhante, como podem construir um e entender como se dá todo o processo de produção. Eles são os responsáveis pela criação do Fórmula Uno, um veículo de alta performance, inspirado na lógica da competição e totalmente desenvolvido dentro da Universidade. O projeto existe na Instituição há três anos.

Contudo, além de compreender todo o processo de criação do carro, a maior emoção dos acadêmicos é ver o carro em ação. Afinal, é o que assegura que todo o trabalho valeu a pena. Por isso, a Sociedade dos Engenheiros Automotivos (SEA Brasil) promove, desde 2004, o Fórmula SAE Brasil. O evento acontece de 30 de novembro a 3 de dezembro, no Esporte Clube Piracicabano de Automobilismo, em Piracicaba (SP). A equipe da Unochapecó, formada por 10 estudantes e um professor, viaja nesta quarta-feira (29/11) para participar da competição.

De acordo com o coordenador do projeto, professor Ademar Bender, o Fórmula Uno é um protótipo que exige muita dedicação dos acadêmicos. "Os alunos envolvidos estão dando tudo de si para ver o projeto acontecer. Foram muitas noites viradas, mas a vontade de materializar a ideia é maior que qualquer dificuldade."

Segundo o professor, a atividade auxilia não apenas na formação acadêmica, mas também no desenvolvimento pessoal e no trabalho em grupo, além de ser um diferencial no mercado de trabalho. A expectativa para este ano é estar entre os 15 melhores colocados.

 

O evento

O Fórmula SAE Brasil é uma oportunidade para os estudantes de Engenharia colocarem em prática a teoria estudada em sala de aula. Assim eles podem compreender da melhor forma possível a aplicação de todos os conceitos na concepção de um carro tipo Fórmula. Segundo Ademar, durante os três dias de evento os carros passam por provas estáticas. Uma delas, por exemplo, é aplicada com o objetivo de saber se é possível sair do veículo em cinco segundos. A competição também conta com dinâmicas, como teste de frenagem e outras avaliações. Todas as análises contam pontos para a equipe, desde apresentação, projeto, estética, segurança até o protótipo final.

Neste ano, cerca de 65 equipes vão participar do evento, 15 na categoria Elétrico e 50 na categoria Combustão, na qual se encontra o Fórmula Uno. Segundo a diretora de marketing do projeto e estudante do curso de Engenharia Mecânica, Adrieli Vanessa Ross, a competição trata os grupos como empresas. "Nós precisamos praticamente vender o nosso veículo. Por isso, temos que nos adequar a diversos fatores de segurança e espaço para o piloto, por exemplo. O produto final precisa ser de qualidade e que praticamente qualquer pessoa possa comprar e utilizar", explica a estudante.

O evento é uma grande oportunidade para os acadêmicos. Além de todo conhecimento teórico e prático no automobilismo, participar das competições promovidas pela SEA Brasil é pré-requisito para a contratação em diversas empresas do ramo.

*Estagiária, sob orientação de Greici Audibert